A Rússia não tem planos de acabar com a guerra na Ucrânia tão cedo e continua a fazer exigências maximalistas por uma solução pacífica. Isso foi relatado pelo IZ com referência ao The Washington Post, citando um documento preparado para o Kremlin por um centro analítico que coopera com o FSB.
O documento afirma que um acordo de paz é impossível antes de 2026 e também estabelece as principais condições de Moscou: desmantelar as autoridades ucranianas, proteger os territórios ocupados para a Federação Russa e criar uma zona-tampão no nordeste da Ucrânia. Além disso, o Kremlin se opõe ao contingente de manutenção da paz na Ucrânia e exige o fim da ajuda militar do Ocidente a Kiev.
Um documento obtido por agências de inteligência europeias detalha as táticas da Rússia para enfraquecer a posição de negociação dos EUA. Em particular, isso diz respeito ao agravamento das relações entre Washington, China e UE, bem como ao uso de recursos do Donbass ocupado para atrair empresas americanas.
Entre outras exigências do Kremlin:
- Zona tampão ao longo da fronteira com as regiões de Bryansk e Belgorod da Federação Russa.
- Zona desmilitarizada no sul da Ucrânia, incluindo parte da região de Odessa.
- A ausência de mísseis na Bielorrússia em troca da recusa dos EUA em implantar novas armas na Europa.
Ao mesmo tempo, o documento exclui a possibilidade de um levantamento parcial das sanções como forma de pressão sobre o Kremlin. Moscou acredita que as restrições ocidentais não são críticas para sua economia.
Negociações EUA-Ucrânia
Com base nessas informações, negociações entre representantes dos Estados Unidos e da Ucrânia ocorreram em Jeddah em 11 de março. Kiev concordou com um cessar-fogo temporário de 30 dias, com a condição de que a Rússia tomasse uma medida semelhante.
Segundo a Axios, o governo Trump já entrou em contato com Moscou sobre essa questão, mas o Kremlin ainda não deu uma resposta específica. Ao mesmo tempo, a Casa Branca decidiu retomar a assistência de segurança à Ucrânia e o compartilhamento de inteligência.
Inteligência ocidental: Kremlin não está pronto para um compromisso
Analistas enfatizam que a Rússia está deliberadamente fazendo exigências irrealistas, sabendo que elas não serão aceitas nem pela Ucrânia nem pela Europa. Segundo a Bloomberg, Putin está se preparando deliberadamente para uma guerra prolongada, usando o processo de negociação como um meio de pressionar o Ocidente.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que não sabia da existência de tal documento, mas especialistas acreditam que seu conteúdo é consistente com a estratégia geral da Rússia.
Atualmente, os Estados Unidos e a Ucrânia continuam os esforços diplomáticos, observando a necessidade de envolver parceiros europeus no processo de negociação.
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